5253Para mais de 2 mil o número de famílias desabrigadas e desalojadas por causa da enchente do rio Madeira. Só na região ribeirinha, como no Médio e Baixo Madeira, são mais de 300 famílias aguardando resgate. A maioria está ilhada no distrito de São Carlos, segundo informou a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec).
Nesta quarta-feira, o nível do rio Madeira atingiu a cota de 18,55 metros, mais de um metro acima da grande enchente de 1997, quando o nível do Madeira ficou em 17,52 metros. E a previsão é de que o nível continue subindo podendo chegar a 19,15 metros em março.
Caso se confirme essa previsão, o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel José Pimentel, adiantou que precisará da ajuda de mais voluntários para socorrer as famílias que serão atingidas. “Há muito tempo que estamos trabalhando com uma estrutura para atender uma demanda maior do que é verificada. Quando a cota chegou em 17,50 metros, nós trabalhávamos de olho em 18,50. Mas, essa nova previsão projeta uma cota muito alta e a equipe ficará desfalcado caso o nível passe dos 19 metros”, disse o coordenador.
Um agravante, de acordo com o que informou o coronel Pimentel, é que as famílias resgatadas no Médio e Baixo Madeira estão sendo trazidas para serem alojadas nos abrigos da área urbana de Porto Velho, aumentando a demanda na cidade. O coordenador da Defesa Civil lembrou também que voltou a chover em grande volume nas cabeceiras dos rios Beni e Madre de Dios, na Bolívia, e essa água toda vem para Porto Velho. “Tivemos uma pequena estiagem que não deu para que o nível do rio baixasse. E logo voltou a chover. Não fosse isso, o nível do rio não teria subido tanto nos últimos dias. Por isso precisaremos de mais apoio e, principalmente, de logística para atender as famílias que terão que ser resgatada”, disse.
Moradores de Nazaré e São Carlos serão alojados em ginásio
O nível do rio Madeira oscilou ontem ao redor de 18,55 metros, com 1.393 famílias desalojadas e 422 famílias encaminhadas para abrigos públicos na Capital. Informações extraoficiais indicam que a medida do rio pode chegar a 19,13 metros.  De acordo com o Grupo de Gestão Integrada (GGI), o aumento da cota do rio não tem provocado maiores problemas, porque um grande número de pessoas já haviam sido retiradas dos locais que agora estão cobertos pela água. A Defesa Civil está preparando o ginásio Cláudio Coutinho para alojar moradores dos distritos de São Carlos e Nazaré, que já não oferecem espaço seguro para alojamento. Em São Carlos, 19 famílias foram removidas para a EMEF Henrique Dias e no distrito de Nazaré, quatro famílias estão alojadas na EME Nazaré. A remoção das famílias para Porto Velho está prevista para o final de semana. (Ana Aranda)
Decreto de Calamidade pública
A partir das 10h de hoje, o prefeito Mauro Nazif oficializa, no Palácio Tancredo Neves, o Estado de Calamidade Pública. O chefe do executivo municipal convocou um coletiva com a imprensa para explicar o que de fato representa esse decreto e as demais ações emergenciais para daqui em diante.
Também serão apresentados dados parciais dos prejuízos que o município vem sofrendo com as alagações provocadas pela cheia do rio Madeira, como na região central em que prédios públicos municipais foram atingidos, como o Restaurante Popular, Shopping Popular, Feira do Produtor, Mercado do Peixe e ainda o Terminal Hidroviário, EFMM e outros.
Com o decreto, Mauro Nazif pretende chamar a atenção do Governo Federal no sentido de conseguir mais recursos para atender a população atingida pelas águas.
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PROIBIÇÃO
Sem motor
O tráfego de embarcações movidas a motores nas áreas urbanas alagadas está proibido. A determinação é do delegado Fluvial de Porto Velho, capitão de corveta Luiz Reginaldo Macêdo. Em nota, a Delegacia Fluvial diz que a medida tem o objetivo de manter as condições de segurança da navegação nas áreas alagadas, preservar o patrimônio de terceiros – que se encontra parcialmente submersos – contra danos decorrentes dos “banzeiros” e, principalmente, evitar acidentes que atente contra vida humana.
O uso de embarcações com os motores parados está permitido, ou seja, movimentada com o auxílio de remos.
O capitão de corveta Luiz Reginaldo lembra que o uso de coletes salva-vidas é de fundamental importância para garantir a segurança dos tripulantes. A delegacia vai intensificar as fiscalizações e quem for flagrado em situação irregular pode ser multado entre R$ 40 e R$ 3.200.